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Você concorda com a utilização de BIODIESEL na MOBILIDADE URBANA?


Ajudaria se dissesse que o “biodiesel” é classificado como “biocombustível”...

Biocombustível!? - Sim, são aquelas substâncias provenientes de materiais biológicos não fóssil (isto é, materiais não derivados do petróleo e nem do carvão) e que, quando entram em combustão/queima, possuem a capacidade de gerar energia, e que após podem realizar trabalho. Um exemplo?

- Na locomoção de veículos. Saiba que praticamente todo material biológico gera energia. A fruta que comemos, o vegetal que plantamos, os dejetos biológicos de animais e humanos que são excretados, e o lixo proveniente dos restos de alimentos...

(Citando somente algumas matérias-primas) Mas e o biodiesel? Bem, o “biodiesel” que é também chamado de “diesel verde” ou “green diesel”, é o óleo derivado principalmente de algumas espécies de plantas ou de gorduras animais, que assim é utilizado em motores de ignição por compressão (os conhecidos motores a diesel). Alguns tipos de “biodiesel” são obtidos a partir de óleos vegetais como o de girassol, algodão, mamona, soja etc...

...mas também são do óleo pós-fritura de alimentos, do esgoto, dos resíduos industriais, das algas, dos grãos de café defeituosos e do lixo orgânico. Mas como se produz o biodiesel? Se for oriundo de sementes ele atualmente é produzido por um processo químico chamado “transesterificação”... Não se assuste! (Risos...) Bem, inicialmente a semente sofre um processo onde o seu respectivo óleo é extraído...

... este óleo vegetal é filtrado e sofre um processo de neutralização.

(Para remover a sua acidez que não é recomendada) Em seguida, o óleo é misturado com etanol e o tal de “catalisador” – este é o processo de transesterificação -.

(E este catalisador tem como função acelerar a reação entre os constituintes do óleo e o etanol). Espera-se um determinado tempo e como resultado surge dois produtos majoritários: - o “biodiesel (que quimicamente é uma mistura de ésteres) e, - a “glicerina” (conhecida oficialmente pelo nome de propanotriol ou glicerol). Depois separa o biodiesel da glicerina...

...e assim obtemos o biodiesel praticamente puro para ser usado como combustível...

... enquanto que a glicerina pode ser vendida para os diversos segmentos químicos que a utilizam – indústrias de alimentos, sabonetes, cosméticos etc. Viu!?...

... é simples assim. Especula-se que o “senhor Diesel” (aquele inventor do motor que leva o seu nome), projetou o seu primeiro motor para funcionar com o biodiesel a base do óleo de amendoim. A produção do biodiesel ganhou outro contorno e começou a ser produzido em escala industrial mundial em 1991 na Áustria. Os maiores produtores de biodiesel atualmente são:

1º) Alemanha (através do óleo extraído da colza);

2º) França (através do óleo extraído da soja);

3º) EUA (através do óleo extraído também da colza). Cabe esclarecer que “colza” (Brassica napus) é um vegetal cultivado nos EUA, Europa, China e Índia, cujo óleo foi utilizado antigamente na iluminação doméstica, e que atualmente além de servir como combustível é também utilizado na alimentação de suínos, e como lubrificante de máquinas. O governo brasileiro têm estimulado a produção e a comercialização do biodiesel, sendo o marco principal a publicação do Decreto nº 5.488, em 20 de maio de 2005, que regulamenta a lei 11.097 (janeiro/2005).

Essa lei dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira. A política brasileira prevê o incentivo à produção da mamona (Ricinus communis) no Nordeste e no Bioma Caatinga como um todo, do dendê (Elaeis guineenses) no Norte e Amazônia e da soja (Glycine Max) no Cerrado, Sul e Sudeste.

A soja (Glycine Max) é a semente mais utilizada nos EUA, onde também é comum misturar com restos de óleos usados para fritura. O biodiesel é identificado comercialmente pela sigla “BX”. A letra “B” é originária da palavra blend (em inglês significa “mistura”) e o “X” indica a porcentagem presente de biodiesel no diesel derivado do petróleo/diesel mineral/diesel comum.

Veja: ... um B5 é uma mistura combustível com 5% de biodiesel e 95% de diesel comum,

...B20 é uma mistura com 20% de biodiesel e 80% de diesel comum, e B100 é o biodiesel puro (não está misturado com outro combustível).

No diesel derivado do petróleo atualmente no Brasil são adicionados 5% de biodiesel, e o produto é conhecido como B5 (blend 5). O B20 (com 20% de biodiesel) tem sua utilização prevista para 2020 - atualmente está sendo utilizado somente em locomotivas -. Nos Estados Unidos, os automóveis movidos com 100% de biodiesel têm apresentado rendimentos surpreendentes. (Isso cheira aquela vantagem que você leva quando uma bela manhã sucede a uma noite escura e feia). Alguns podem até dizer que estou metendo o bedelho onde não é devido, mas tenho certo prurido de enfrentar os interesses mesquinhos da política...

... e assim quero assumir o papel do homem certo num lugar improvável. Bem sei que as opiniões sobre o “tema” se movem como um fole...

...ora com vantagens e em outras com desvantagens. Como duas opiniões não conseguem ocupar o mesmo lugar no senso comum, devemos avaliar com conhecimento este “tema” para que não se torne um jogo de alto risco. Dizem alguns – como tentando acirrar os ânimos -, que o grande temor seja, o de que a produção do biodiesel através de grãos, eleve do preço dos alimentos (pois a prioridade da produção das sementes seria para a obtenção do combustível, ficando deficitária a porção destinada a alimentação)...

...ao mesmo tempo que impulsione os produtores, ao desmatamento de florestas tropicais “a torto e a direito”, em busca de novas terras para plantar. E não foi computado ai, a necessidade de queimar matas e florestas para dar lugar as plantações...

...onde a imprudência e a irresponsabilidade inevitavelmente irão se misturar, pela busca de um atalho neste labirinto de problemas. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel. Mas o biodiesel também gera poluição indireta sim, principalmente quando se leva em consideração a energia necessária a sua produção. Exemplo? - A energia gasta para se produzir adubos e pesticidas usados na plantação, a energia gasta para a locomoção dos tratores agrícolas envolvidos na produção das sementes, a energia gasta para a irrigação, a energia gasta para armazenamento e transporte de produtos. (Vejam que devemos levar em conta os detalhes para que não se ponha a cabeça na goela do leão) E não estamos levando em consideração o impacto ambiental dos adubos e dos pesticidas utilizados, assim como o consumo de água...

... além do “estrago” que pode originar na biodiversidade quando imensas áreas de cultura/plantações substituem regiões ricas em espécies dando o lugar a possíveis pragas. Que há fumaça quando da queimada de florestas todos sabem...

..mas será que sabem que as queimadas emitem grandes quantidades de dióxido de carbono (principal responsável pelo Aquecimento Global) e que geralmente tal efeito cancela os benefícios dos biocombustíveis para o clima? Parece-me que estou cada vez mais a aumentar o “fosso” que nos separa da razão...

Mas os pesquisadores ainda defendem uma versão mais esquisita, dentro das esquesitices do tema... Dizem que os vegetais que produzem o biodiesel emitem uma substância (isopreno ou 2-metil-1,3-butadieno) que produz como lambuja o tal de ozônio...

Esse mesmo! Aquele da “camada de ozônio”...

...que fica lá no céu, bem longe de nós e que nos protege bastante. Mas quando o ozônio está presente junto a nós, na atmosfera em que respiramos e vivemos, este perde a razão do “existir” e se torna muito tóxico. E seguindo pela trilha que ninguém está vendo, com o crescimento da produção do biodiesel, cresce também a presença de ozônio no ambiente que vivemos. E “garimpando” por novos estudos, a conclusão leva-nos a realidade que a área cultivada para biodiesel deve crescer 33% em 20 anos lá na Europa...

... originando assim o aumento de 40% na emissão do “isopreno”,

... que aumentará a emissão de ozônio,

... que aumentará em 6% o número de mortes atribuídas a este gás, ... matando desta maneira aproximadamente 22 mil pessoas. Mas acreditando que certa escuridão é necessária para enxergar as estrelas, lá vai outra batata quente:

- O biodiesel chega a produzir mais gases do efeito estufa do que a gasolina e o diesel. Conclusão baseada no fato de que o biocombustível necessita de muita energia para ser produzido, além de obrigar as mudanças no uso da terra (que é o fator mais importante para decidir se faz sentido ou não a produção de biodiesel de sementes, pois estão relacionadas à mudança do clima), o que libera mais gases prejudiciais para o ambiente. Ufa! Depois de apresentar estas ideologias materialistas espero que as informações, não sejam suficientes para abater o seu entusiasmo.

Confesso que meu desejo é tirá-los desta cena melancólica, e que assim possam ter o tempo necessário para refletir sobre estas verdades que espero sejam cristalinas. Mas olhem esses motivos extras para atiçar seu otimismo:

- o biodiesel possui alto ponto de ebulição, conferindo manuseio, utilização e armazenamento mais seguros. - o biodiesel apresenta excelente “lubricidade”.

- o biodiesel contribui para a geração de empregos no setor primário (evita o êxodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia autossustentável, essencial para a autonomia do país).

- a produção do biodiesel cria assim um novo nicho de mercado (abandonando a prospecção do petróleo que é muito cara e extremamente poluidora).

- nenhuma modificação nos motores do tipo “ciclo diesel” faz-se necessária para misturas de biodiesel de até 20%, sendo que percentuais acima de 20% requerem avaliações mais elaboradas do desempenho do motor.

- o biodiesel apresenta baixo teor de enxofre (quase zero), não contribuindo de forma mensurável para a “chuva ácida”.

- o biodiesel funciona como um aditivo para o diesel. - o biodiesel além de ser combustível renovável, os resíduos resultantes da extração dos óleos vegetais (sua matériaprima) podem ser aproveitados como adubo orgânico, como ração animal e para a produção de energia pela queima do bagaço. Tornei visível o que estava invisível? Bem, confesso que ofereci estranhos contrastes, mas creiam que estes foram baseados na certeza...

... na certeza de que as inseguranças geram a “consciência”. Espero também que tenha dissipado as nuvens do “otimismo exagerado” que frequentemente rondam o assunto. Por vezes penso não ser possível satisfazer o apetite do monstro da “desinformação”...

...mas sigo o caminho reto, sempre procurando atirar direto no alvo...

... pois sou sabedor de que chegará o dia em que esse “fantasma” vai desaparecer, fazendo com que a silenciosa sombra que ronda a sociedade, por fim se dissolva.

Abraços...

Se gostar tecle em “curtir” e “compartilhe” com os amigos.

ACésarVeiga

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