A "indústria da multa"... mito ou verdade?
Possuo grandes preocupações, e destas,
manifesto “uma” com mais frequência.
É o uso disseminado da frase:
- A “Indústria da multa”;
(Que confio não ser absolutamente correta)
Consciente da quantidade enorme de condutores,
que desrespeitam as normas de trânsito - tanto nas vias públicas como nas estradas,
rotulo esta rebelião de legítima e autêntica “crendice popular”.
E assumindo a liberdade da vontade, pergunto ao leitor:
- De que maneira o “agente fiscalizador” pode alterar o valor da velocidade que aparece digitalmente – após focalizar seu veículo -, no equipamento denominado “radar”?
(Também sabemos que eles devem ser constantemente aferidos)
- Que procedimento o “agente fiscalizador” usaria para trocar uma placa de sinalização na via, onde se identifica “permitido estacionar” para “proibido estacionar”, em instantes...
...(enquanto você vai à farmácia, por exemplo)?
Mas você utiliza aquelas desculpas do “tempo do ginásio”:
- A placa não estava ai!
- Não vi!
- Não sabia!
- Foi só por um tempinho!...
...e outras asneiras.
- E os equipamentos chamados de “pardais” – que fornecem a foto do seu carro...
...será que sempre indicarão valor de velocidade diferente da que o veículo realmente estava?
(Seria fácil demais para ser verdade)
- E ao receber “autuação” por não cumprir as normas de trânsito...
...são todas injustas?
(Se a resposta for afirmativa cabe “recurso”, pois é dever do cidadão denunciar a injustiça em toda parte. Você sabia?)
Dispomos muitas vezes dos mesmos objetivos sem partilhar dos mesmos princípios...
...mas você deve concordar que é necessário pensar nestas indagações.
(Mesmo que agora esteja com o tacape de guerra erguido no ar)
Nós humanos,
não somos muito diferentes uns dos outros.
O estilo de vida, o que pensamos e como funcionamos,
está refletido na maneira pela qual nos comportamos no trânsito.
Somos no trânsito,
o que somos no íntimo!
E aqui cabe o aspecto da índole,
do sentimento,
da maneira de pensar,
e por fim...
...das atitudes.
Levamos para “rua” o que está dentro de nós,
e não há como mascarar...
Consequentemente o objetivo de alguns
“pousa” no campo de “levar vantagens”,
e jamais o de “arcar com os seus delitos”.
Como já se sabe – e isso há bastante tempo,
muitos ainda se colocam naquele compartimento que faz moradia longe da coletividade.
(Isso gera no cidadão a falta de gentileza urbana)
A “imprudência”,
seguramente reina como a principal causa dos denominados “acidentes” de trânsito,
e o alerta mundial – que a tempos disparou –, é que
ou abrimos os olhos ou acabaremos mortos...
O “imprudente” sempre é perigoso para uma sociedade...
...mesmo que viva recluso em um lugarejo isolado.
Singularmente detenho oposição ao termo “acidente”,
pois a palavra tende a “mascarar” os reais motivos envolvidos.
(São como derrapagens inoportunas)
Considero “acidente” um acontecimento inesperado, sempre indesejável e que ocorre de modo não intencional...
...provocando danos pessoais, materiais e financeiros.
(Onde a NEGLIGÊNCIA jamais está presente)
No “acidente”, não há responsáveis porque o acontecimento foi imprevisível,
ou até muito pouco provável.
Não acham que é o momento de conspirar contra o mau exemplo
e iniciar a falar correto?
Vamos lá...
Acidente é...
...o seu veículo ser atingido por um raio no meio da “via”, incendiar e você morrer tostado.
Acidente é...
...ocorre alguma falha mecânica involuntária e há colisão com outro veículo.
Acidente é...
...o motorista do coletivo - com “recomendada” saúde – conduzindo o veículo sofre um “infarto”,
e assim desgovernado ocasiona atropelamentos...
NO “ACIDENTE” VOCÊ NÃO INTERFERE INTENCIONALMENTE NO EVENTO!
Estar com pressa,
bebidas alcoólicas junto à condução de veículos,
achar que a via pública é de sua exclusividade,
o excesso de confiança do condutor em si mesma e na potência do motor do veículo,
e as ações equivocadas dos condutores são as variáveis perfeitas para a composição da fórmula de colisões e mortes no trânsito.
É ingenuidade e também desconhecimento,
acreditar que seja fácil a tarefa de combater as causas das imprudências.
Longe disto.
Conhecem o ditado de que “uma andorinha não faz verão”?
Pois bem,
o mesmo se diz das campanhas de conscientização para a mobilidade urbana.
Sozinhas elas não trazem resultados imediatos...
(Para falar a verdade, penso que ficam distantes da eficácia)
Entendem onde quero chegar?
- Exato; aí mesmo onde você pensou.
Estou falando das instalações de fiscalização eletrônicas,
dos radares,
das lombadas umas próximas a outras,
das blitze,
dos agentes de trânsito fiscalizando etc.
E qual o motivo desse batalhão de zeladores?
- Penso que é para ajudar aqueles que não sabem conviver em sociedade.
(Os denominados “eremitas urbanos”)
Agora pensem comigo...
Quando uma criança faz algo de errado, qual a obrigação dos responsáveis por ela?
- Sim, é corrigir; pois isto é parte importante na “Educação”.
De que maneira?
- Fornecendo alternativas para que “ela” compreenda o que é possível, e o que não é aconselhável.
Então, para um adulto que comete irregularidades,
ao contrário de colocá-lo de castigo no quarto,
(pois só isto não funcionaria)...
...em troca, você subtrai aquilo que “ele” aprecia.
Concorda?
Por isso se cometeu delito, em troca o condutor terá a ausência do que prioriza muito.
Justo?
Na criança sabemos que é a restrição no uso do “aparelho eletrônico”,
e no adulto – sem muito tempo a perder – é...
...o citado “mexer no bolso”.
(Particularmente acho esse termo “inexato” e “ignorante”)
Básico, simples e de eficácia enorme...
...só que tristonho.
Consequentemente,
se o “imprudente” não deseja perder o que o faz feliz,
resta comportar-se bem.
E por mais insano que pareça,
(pois implica a segurança dos outros),
sou a favor de que o motorista tenha sempre,
a sensação de que é vigiado...
Lembra o motivo pelo qual o professor na escola cuida a “avaliação” usando óculos escuros?
- Recordou?
Sim, é patético, mas necessário...
...ou você diria que igualmente existe a “Indústria do não deixar colar” nas escolas,
da qual a matéria prima todos sabemos é o aluno desonesto?
OBS: Cabe complementar que nenhuma indústria funciona sem “matéria prima”.
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ACésarVeiga