AS MORTES INDIRETAS OCASIONADAS PELO TRÂNSITO
Entendo que são aquelas que de fato ocorrem,
mas que a “mobilidade urbana” assume a postura de “inocente”...
Mas acredite, ela não é...
No entanto,
“ela” fica por ai;
sem assumir o risco de contar aos outros
como verdadeiramente se sente.
E a consequência direta,
é que estas variáveis são negligenciadas
nas famigeradas estatísticas...
...estatísticas daqueles senhores responsáveis pela divulgação do número de mortes no trânsito.
(Creio que este pessoal deve ser esmurrado e golpeado urgentemente pelos ventos da mudança)
Fala-se muito das “causas” de mortes no trânsito: (computadas mesmo que de forma imprecisa)
- a imprudência;
- a imperícia;
- a falta do uso do cinto de segurança;
- o falar ao celular na condução do veículo;
- ingerir bebidas alcoólicas e dirigir;
- e “etc”(et cetera)...
Algumas informações que todos deveriam saber sobre o “et cetera”...
➡ ... Segundo a USP (Universidade de São Paulo), cerca de milhares de mortes por ano na região de São Paulo estão relacionadas à poluição do ar – ocasionadas na sua grande maioria pela mobilidade urbana -, representando um custo de bilhões para a cidade, somando com o tratamento de centenas de doenças associadas.
➡ ... Um estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade mostra que ao menos 4.600 pessoas morreram em decorrência da poluição do ar na capital paulista em 2011.
(Em sua região, você saberia quais são os custos e as doenças associadas à poluição do ar?)
➡ ... As principais doenças agravadas pela poluição do ar ocasionada por veículos são:
- infarto;
- hipertensão;
- AVC (acidente vascular cerebral);
- pneumonia;
- bronquite;
- asma e
- câncer de pulmão.
➡ ... Atualmente com uma frota de pouco mais de 5,4 milhões de carros, a capital São Paulo possui uma densa poluição que paira sobre a cidade e é visível com mais frequência em dias quentes.
Diferentes levantamentos mostram que em torno de 90% da poluição do ar vêm dos carros,
e a tendência é continuar crescendo se nada for feito.
Ainda que os fatores de emissão dos veículos estejam decrescendo (novas metodologias anti poluição são usadas pelas montadoras),
o aumento da frota circulante continua impactando de forma muito importante à qualidade do ar das cidades,
pois a quantidade de veículos mais antigos e com tecnologia defasada ainda é grande.
➡ ... Crianças de até 4 (quatro) anos e adultos com mais de 60 anos são os mais afetados pela poluição veicular.
➡ ... Mães expostas a poluição veicular têm seus bebês comprometidos com o seu desenvolvimento neurológico.
Sua capacidade de memória e aprendizado é diminuída,
e as mutações genéticas podem ser passadas adiante e apresentarem “sequelas” a longo prazo.
➡ ... Por vezes exigimos que uma indústria “zere” suas emissões - substâncias expelidas para o ambiente - em uma área em que o maior poluidor têm origem veicular.
(E ficamos assim, sem consciência do verdadeiro risco que a nossa saúde está correndo). Triste!
➡ ... Mais de 50% da população mundial está exposta diariamente a uma poluição do ar pelo menos 2,5 vezes acima do nível máximo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
➡ ... Apenas 12% das pessoas que vivem em centros urbanos pelo mundo, respiram um ar considerado “bom” pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
➡ ... A capital Nova Deli da Índia, tem o título de local com a “pior qualidade do ar” do mundo.
No Brasil este título cabe à cidade do Rio de Janeiro.
A inspeção veicular,
a melhoria da qualidade dos combustíveis
e o estímulo ao transporte público são imprescindíveis para a diminuição da emissão de poluentes no ar.
Mas as soluções não são tão fáceis assim...
Para agravar a situação,
o crescimento da frota de veículos no Brasil é algo do cotidiano...
... assim como a política de incentivo a adquirir mais automóveis é uma realidade.
Todos deveriam saber,
que a mudança fundamental nunca começa no topo. Ela é co-criada através de esforços unificados de pessoas comprometidas,
que trabalham juntas ao nível das bases.
Sabemos que lamentavelmente o cidadão só desperta diante de conflitos que causam impacto,
indignação e tristeza.
Mas estamos diante de uma realidade nada ilusória e doentia,
e que além de tudo,
é muito silenciosa...
Então,
devemos pegar nosso “tapete comportamental” e o levantar um pouquinho...
... só para ver quais as atitudes que ainda não vimos de perto,
pois se não mudarmos,
fatalmente seremos mudados.
E se o poder público quiser combater verdadeiramente
a degradação da saúde e da qualidade de vida em geral causada pela poluição atmosférica,
deve criar mecanismos que restrinjam o uso do transporte individual.
Mas também sou ciente de que
seria uma grande injustiça do poder público restringir o uso do veículo de passeio
sem oferecer um transporte coletivo de qualidade.
Então uma mudança de “comportamento” e de “ações” na mobilidade é urgente,
pois as cidades brasileiras caminham para uma situação insustentável – e como consequência de maneira irreversível,
quem pagará o preço mais alto serão as próximas gerações.
Este é um longo caminho...
Como já foi salientado,
sem sombra de dúvidas,
novas metodologias de combustíveis também serão necessárias.
Os carros elétricos e os movidos a hidrogênio, H2 (célula de combustível) serão os grandes atores.
(Mas ainda modestamente o Brasil busca o desenvolvimento de tais metodologias)
Possuímos ainda
uma “mídia nacional” omissa, não especializada e calada...
Possuímos ainda
uma “sociedade” inculta, egoísta e consumista...
E possuímos ainda
um “poder público” desatento e descontínuo.
A Humanidade está envolta por uma nuvem muitíssima escura
de inconsciência.
Mas saibam que a dança da “mudança” não pode
e não ocorre sozinha...
...e que precisamos urgentemente experimentar a ação conjunta...
Sim,
realmente existem mudanças que deverão ser pensadas.
Também sabemos que elas são complexas,
demandam tempo de preparação,
mas devemos acreditar que elas acontecem.
Elas certamente demandarão também,
energia e bastante trabalho...
...para que assim,
suas sementes sejam lançadas,
com desapego a resultados imediatos.
Ás vezes penso que pode ser apenas isso...
...ou que talvez eu tenha,
um otimismo exagerado...
Mas algo diz,
que devo permanecer centrado na confiança...
...pois alguns falam que,
o “discurso” que não contenha nem um pouco de utopia,
nem vale a pena escutar.
A criatividade precisa de libertação – libertação dos grilhões do egoísmo,
da “não cidadania”,
e do conformismo.
Pois quando há ideal,
há criatividade,
há continuidade...
E quando há continuidade,
há imortalidade,
já que acredito que...
...o que é lenda para alguns
é história para outros.
Abraços... Se gostar tecle em “curtir” e compartilhe com amigos.