O CONDUTOR E A "CERVEJA SEM ÁLCOOL"
Ao contrário da crença comum,
a cerveja dita “sem álcool” (sem etanol)
pode “sim” conter até 0,5% - ou menos - de álcool (etanol),
em volume,
na referida bebida...
O que seria equivalente a dizer que
em 1 litro (1000 mL) desta cerveja,
há aproximadamente uma seringa de injeção
de 5 mL de etanol puro.
E não necessariamente o “zero %” de álcool (etanol),
como era de se esperar,
ou como pregam os que desconhecem o assunto.
Estão agora de volta ao jogo?
Mas não há nenhuma irregularidade ai,
pois isto é permitido por lei...
Será que isto te surpreende?
E não pergunte,
o motivo pelo qual isso acontece...
... pois para alguns a resposta é irrelevante.
Então,
considere o fato como simplesmente “natural”.
Repetindo:
Se a cerveja apresentar até 0,5% de álcool (etanol),
do volume total da bebida,
o “fabricante” pode grifar no rótulo
que não tem álcool (etanol)...
(E pelo que sei ainda não existe “nova” determinação em relação a este absurdo. Fazendo com que fique parecendo um complô de “interesses” individualistas)
Então,
as empresas podem alegar ter “zero %” de álcool (etanol) na sua cerveja,
quando na verdade,
há uma porcentagem de álcool (etanol) sim...
Um verdadeiro monopólio da “mentira”!
Só que ainda
não é obrigatória a declaração impressa
no rótulo da cerveja,
especificando o conteúdo alcoólico real...
Triste,
pois ocasiona um vácuo de modelos escuros
nos quais a sociedade tem de se espelhar...
Mas isto não ocorre por falta de pessoas atuantes
e sim por causa da invisibilidade que a própria sociedade “tatua”
no cotidiano.
É preciso que haja a iniciativa de buscar “modelos novos”.
Modelos e atitudes sociais inspiracionais;
pois do contrário,
os celebrados
serão aqueles mais “limitados”.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE),
que “milita” em favor da restrição do uso da terminologia "sem álcool"(etanol) às bebidas alcoólicas,
quer que elas (as cervejas),
realmente apresentem “zero %” de álcool (etanol)
tanto no rótulo como na própria cerveja...
Isto é,
estão tentando inibir o consumidor
de abraçar-se ao engano.
Há algum tempo não era obrigatória a divulgação do percentual de álcool (etanol ou de álcool etílico),
nos rótulos...
Mas,
em 2012 o Ministério Público Federal começou a acionar as cervejarias
para as alterações em seus rótulos,
de forma a garantir a diferença entre zero álcool (etanol)
e o pouco álcool (etanol).
Traduzindo:
- Obrigou a imprimir nos rótulos das cervejas,
a porcentagem de álcool (etanol) que realmente está dentro da garrafa!
(Isto deveria pertencer ao trivial, e não a necessidade de uma imposição governamental).
Mas este paradoxo (para não dizer outra coisa)
não é só no Brasil...
A definição e a legislação variam dependendo do país.
Nos países islâmicos a cerveja “sem álcool” (etanol),
realmente deve apresentar (e apresenta) “zero %” de álcool (etanol).
E lá,
isso não é um caso “bobo” de apresentação do “ botar medo”, ou
um ato irresponsável de governo,
feito para atrair a atenção eleitoreira...
Lá, a sua atitude
escreve seu destino.
No entanto em Portugal,
é como no Brasil...
Até 0,5% de álcool (etanol),
pode o fabricante dizer que não tem álcool (etanol).
(Herdamos deles nossos desconfortos morais?)
Na França pode-se dizer que não tem álcool (etanol),
até um valor de 1,2% de álcool (de etanol) na composição.
(E tudo isso parece ser absolutamente inofensivo)
A pergunta que fica é:
- Onde isso tudo nos leva?
Penso que nos conduz
cada vez mais a “desesperança”...
A desesperança de saber
que o ser humano,
encontra-se a esterilizar a moral e a ética
com uma passividade difícil de vencer.
Mas vou procurar
dar uma pitada de bom senso...
Seria interessante,
que você sorrateiramente
lesse os rótulos.
Aquela observada,
sem medo de errar...
... sendo simplesmente uma testemunha,
ou apenas um observador imparcial.
(Mesmo sabendo que há muita gente mentirosa à volta).
Creia que por vezes,
você tomará conhecimento - através de letrinhas pequenas - ,
da indicação do teor alcoólico (teor etílico) da referida cerveja.
(Pelo menos em algumas marcas já observei que eles ofertam esta “cortesia”).
E assim quem sabe você
sinta-se como a receber um troféu legítimo e autorizado,
no qual está escrito em letras também diminutas:
- Ética! Um espaço onde você tem que abdicar em nome de um ganho, que é um ganho coletivo.
E como o ato de desobedecer
às vezes é importante,
participe da legião da sensatez,
e não tome a ”famigerada” cerveja sem álcool (etanol),
se for dirigir...
(O que pode ser considerado a quintessência da cidadania)
Gostaria de ofertar mais um aviso complementar...
(Aqueles que em geral ninguém lê)
Caso o fabricante venha a produzir uma cerveja,
contendo menos que 2,5% de álcool (etanol) por volume de bebida,
ele pode usar o termo,
“baixo teor” ou
“teor alcoólico reduzido”.
(Isso também é permitido)...(Risos)
Saliento – apesar da maioria ter o conhecimento -,
que a cerveja comercialmente conhecida como “tradicional” (aquela vendida no balcão dos armazéns, bares, lugares suspeitos...),
apresenta teor alcoólico variando entre 3,0 a 6,0% de álcool (etanol) por volume de bebida...
(A média fica com teor alcoólico - teor etílico - em 4,0%).
Mas, assim como na política – em que há alguma verdade -,
confesso que particularmente nunca comprei esta ideia de cerveja “sem álcool” (etanol),
e penso que para os amantes da “cerveja tradicional”,
estas modalidades são “pura decepção”.
Alguns “entendidos” até afirmam que a cerveja “sem álcool” (etanol),
nem cerveja é mais considerada...
No entanto os irônicos preferem dizer que:
- A “dita cuja”, é um “aguaceiro amarelo com espuma”.
(Confio plenamente pois isso ilustra um princípio fundamental da química)
E agora,
depois de você saber disso,
pergunto:
- Estas cervejas ditas “sem álcool” (etanol) desempenham a função mágica de não embriagar?
e ainda...
- Pode alguém que bebeu uma cerveja “sem álcool” (etanol) conduzir um veículo?
Sei que para muitos,
acabo de oportunizar
um momento sombrio e desolado...
Mas,
vivemos dentro de uma Sociedade
que faz mercadoria de tudo...
Inclusive com a “credibilidade”
das pessoas.
E assim,
fica então o meu abraço etílico...
Abraço este,
é claro,
com teor alcoólico realmente “zero %”.
ACésarVeiga