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O rebite e a condução de caminhões


PERGUNTA DO ALUNO:

- Professor César, o que é o tal de REBITE? Aquela droga que ouço falar que é muito utilizada por motoristas de caminhão?

RESPOSTA:

- Ajudaria se dissesse que é um “anfetamínico”?

Não!?

- E que é uma droga sintética?

Também não!?

- E que é um grupo de substâncias que são comercializadas sob a forma de medicamento?

Piorou professor (diriam alguns)

- Então diria que você precisa estudar mais.

Mas vou assumir a responsabilidade da desconstrução desse mito...
Segundo colegas da área,

o acompanhamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem mostrado,

que existe grande potencial no uso abusivo dessas substâncias,

apesar das inúmeras advertências sobre seus riscos.

Mas quando questionei a quem caberia fazer a advertência...

- Não souberam dizer.

(Porém, como também na maioria das lendas, o importante não é a verdade, mas sim as consequências)

E não é novidade que os caminhoneiros

estão entre as pessoas que mais utilizam os “anfetamínicos” (nome da família ao qual o tal de “rebite” pertence).

Usam com o objetivo de dirigir por horas consecutivas,

na tentativa de cumprir prazos.

(Bem, nenhuma novidade até agora).

A modalidade do uso destas substâncias,

é uma maneira de crucificar-se – só que é mas sutil, mais burra, mais astuta e mais simplista.

(Mas ainda a mesma)

O resultado,

e a consequência,

é simples...

Uma pura e maluca colheita de fracassos!

Dizem as más línguas que com um comprimido,

você fica 24 horas ligado...

Sem sono,

sem fome,

sem sede,

sem vontade de urinar.

Um verdadeiro “zumbi” ao volante.

(Não tenho como enunciar isto de forma mais poética)

Aproveitando já que não há mais necessidade de explicações rebuscadas,

poderia até dizer que:

- O rebite arrebenta o motorista

# Mas não tem efeito colateral?

Tem sim,

e aqui transcrevo um resuminho:

- pupilas dilatadas, visão duplicada e desfocada, tontura, dor de cabeça, impotência sexual, distúrbios gastrintestinais, agressão, irritabilidade, síndrome de perseguição, paranoia (que é um sentimento de desconfiança persistente, excessivo e sem fundamento), alucinações e etc.

Vejam o quanto estes “comprimidinhos” podem ser criativos em desfazer a vida.

Confesso que detestaria estar no lugar destes consumidores...

Segundo pesquisas realizadas nas 27 capitais brasileiras,

8,2% dos caminhoneiros dirigem sob o efeito de rebite/arrebite (anfetamínicos).

Uma prova indiscutível,

de que loucura nem sempre é doença.

# E como eles conseguem a droga?

- Com os traficantes...

Sejam eles farmacêuticos,

médicos,

frentistas,

colegas ou

botequeiros.

# E qual a duração do efeito?

- Varia muito.

Mas uma coisa é certa,

quando acaba o efeito,

o sono vem e,

de uma hora para outra, o condutor apaga.

É como um...

...um legítimo blecaute (apesar de não conhecer o falso).

# O rebite deixa sintomas visíveis no consumidor?

- Diferentemente da embriaguez, os efeitos do ‘rebite’ são sutis.

Normalmente as autoridades rodoviárias acham que o indivíduo está embriagado,

pois a metodologia para a ingestão da droga,

usualmente é originado do casamento entre as bebidas alcoólicas e o rebite (anfetamínicos).

Usualmente são ingeridos com bebidas alcoólicas para potencializar seu efeito.

(Pelo menos é o que os consumidores e demais parceiros, nos dizem).

Sei também

que se alguém quer viver estupidamente,

tem o total direito de fazer isso...

É a vida dele.

Mas neste caso,

você,

que é o cidadão comum,

que exerce adequadamente a cidadania

e que não coloca em perigo nada e ninguém,

de repente algo ocorre...

Algo que sem você saber,

passa a acontecer...

E às vezes é apenas isso,

um irresponsável exagerado

trafegando entre nós,

e conspirando contra Deus.

E assim seus sonhos podem morrer.

Não sou muito fã dos dados estatísticos,

mas existem pessoas que o são...

Mas lá vão outros dados (mesmo desatualizados).

Ocorrências provocadas pelo sono ao volante, envolvendo veículos de carga (no período de 2006 – 2010) Acidentes (que na realidade são atos de imprudência) = 7.798 Feridos = 2.885 Mortos = 317

Para o restante (4596), não consta o que ocorreu.

Obs: As metodologias, as interpretações e a ética, deveriam urgentemente fazer morada na área daqueles que fornecem os “dados estatísticos” da mobilidade urbana no Brasil.

Mas,

soube que os traficantes também estão apostando seus préstimos

no filão das “drogas nas estradas”...

Os motoristas são levados a acreditar (engodo – no português mais refinado) que a cocaína deixa a pessoa acordada por mais tempo...

Mais tempo do que o tal de “rebite”.

Olhem o padrão F.I.F.A.(do francês: Fédération Internationale de Football Association)

destes senhores...

... senhores com mentes de aço e corações de pedra.

A cocaína no Brasil,

pode ser comprada à beira da rodovia,

ou até mesmo pelo serviço de tele entrega.

(Chama-se esta atitude de “cortesia” maquiavélica).

Perguntei a uma autoridade das estradas, qual seria a origem da migração,

dos consumidores

do rebite para a cocaína...

E sem “papa na língua” o especialista proferiu:

- A migração se dá muito mais em função da dificuldade de se conseguir o “rebite”.

(Declarou que é mais fácil adquirir a cocaína)

E a dificuldade é maior ainda quando se trata do estado do Rio Grande do Sul.

Como bom gaúcho, quis saber o motivo...

Mas até hoje estou na esperança,

de receber a justificativa.

Mas tudo tem um momento “ruim”,

para que outro “bom”

surja.

Os motoristas profissionais de caminhões, carretas e ônibus vão passar por um exame que detecta o uso de drogas.

Este exame evidencia a presença da droga em um período de até 90 dias (3 meses),

antes da coleta da “amostra”(coletada do motorista),

para exame.

Isto é...

Se você ingerir uma das drogas (maconha, cocaína, crack ou anfetaminicos) hoje...

... durante três meses ela ainda estará em seu organismo,

e o exame a identificará.

É como aquele dito:

- Você dá um passo em direção à vida

e a vida dá mil em direção a você!

A resolução é do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e determina que esse exame seja feito na hora de tirar ou renovar a carteira nacional de habilitação (CNH).

A resolução do CONTRAN vai tornar obrigatório o exame toxicológico que detecta consumo de drogas,

para a emissão e a renovação da CNH de motorista,

nas categorias C,D e E.

As análises serão feitas em laboratório credenciado,

e o laudo deverá ser apresentado junto com os exames exigidos pelo DETRAN (Departamento Nacional de Trânsito).

O sindicato dos caminhoneiros reconhece que o rigor do exame vai barrar muita gente,

e que será preciso fazer campanhas de conscientização entre os profissionais.

Sabemos que os avanços têm os seus pré-requisitos,

e que estes,

são coisas que nunca saem de moda.

Transportadoras apoiam a medida,

mas afirmam que não têm como arcar com o custo do exame (de R$ 350 a R$ 400).

Preço acessível para os padrões químicos

e “caros”,

para aqueles que não sabem nada de exames toxicológicos.

O teste terá que ser bancado pelos motoristas...

Aproveito a oportunidade de compartilhar com todos,

o suave, o belo e o indignado:

- Não concordo com isso.

Logo,

para o motorista ser contratado pela empresa,

ele vai ter que estar com os documentos todos em ordem.

Então o custo vai ser repassado para ele,

infelizmente e injustamente.

(Creio ser este, o “tendão de Aquiles” que este projeto enfrentará)

Mesmo assim,

dentro da “boleia”,

a aprovação é quase geral.

Que bom...

É como saber que “Deus” está na gente,

e não na igreja.

Um levantamento da Universidade de São Paulo mostra que 33% dos caminhoneiros usam drogas (as mais diversas),

e uma pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Terrestre aponta que 75% dos acidentes (das imprudências na sua maioria) com caminhões, ocorrem por falha humana...

Principalmente,

devido ao cansaço e ao uso de substâncias ilegais (olha o “rebite ai gente!” – frase antiga e chata. Desculpem).

Uma constatação triste para a Sociedade

e o erro dramático,

daqueles que empregam o termo “acidentes”

para estes eventos.

Outro levantamento,

este da Universidade de São Paulo (USP) e de instituições ligadas ao trânsito,

mostra que pelo menos 33% dos motoristas de caminhão

utiliza drogas ilícitas para cumprir a carga horária.

Mas nem tudo transita pela crise,

há um projeto...

Ela determina que os caminhoneiros dirijam ininterruptamente pelo período máximo de quatro horas,

com intervalo de meia hora.

Em situações excepcionais,

como no transporte de perecíveis,

é permitido que a jornada se estenda,

por mais uma hora.

A lei também garante repouso diário de 11 horas a cada 24 horas

e descanso semanal de 30 horas para o motorista empregado,

e de 36 horas para o caminhoneiro autônomo.

A fiscalização será feita pela Polícia Rodoviária por meio do tacógrafo...

Aquele aparelho que mede a velocidade,

e as paradas do veículo.

Mas fica a pergunta:

- O que o professor César pensa de tudo isto?

Penso que,

a Sociedade não pode ser mudada a menos que as pessoas também mudem – essa é a verdade fundamental.

Não há como evitar,

esquivar-se

ou fugir dela.

A menos que o ser humano seja mudado, nada é mudado;

você pode apenas fingir,

acreditar,

esperar,

imaginar e

continuar a viver em sua falta de consciência.

Você pode sonhar,

e esses sonhos são confortantes e confortáveis;

são eles que o mantêm dormindo.

A mudança das atitudes errôneas e antipáticas socialmente

é a única revolução,

pois ela muda as pessoas,

muda a consciência

e muda o coração delas.

Se o indivíduo for diferente,

automaticamente a Sociedade e o Mundo

serão diferentes.

Passe a acreditar que,

a menos que você renasça,

ou faça outros renascerem,

nada acontecerá...

E assim,

tudo continuará como está.

É o que você quer?

Abraços... Se gostar tecle em “curtir” e compartilhe com amigos.

ACésarVeiga

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